Publicado em 20 de agosto de 2025
Contábeis

Oportunidade para o setor contábil: demanda por gestores fiscais cresce com a reforma tributária

A implementação da reforma tributária tem impulsionado a contratação de profissionais temporários para projetos de adequação em empresas brasileiras. Entre abril e junho de 2025, a demanda por lideranças desse tipo cresceu 24%, segundo levantamento realizado pela consultoria Robert Half com 700 executivos e recrutadores que atuam no Brasil.

O aumento está relacionado a fatores como o surgimento de tarefas específicas ligadas à adaptação tributária (32%), a incerteza político-econômica que desestimula contratações permanentes (29%) e a necessidade imediata de profissionais com competências técnicas especializadas (25%).

 

Perfil das empresas e cargos mais buscados

De acordo com a pesquisa, a maior parte dos gestores temporários contratados atua em cargos de gerência ou superiores (91,8%), em grandes companhias (56%). Os setores mais impactados até o momento foram indústria (46%), serviços (37%) e comércio (17%).

 

O levantamento também aponta que 42% das vagas ligadas à reforma tributária serão temporárias, complementando as posições permanentes, que devem representar 58% das oportunidades abertas.

As funções em alta exigem profissionais de alta senioridade e especialização, com experiência estratégica e técnica para lidar com a complexidade da nova legislação.

 

Posições em destaque

Entre os cargos mais procurados estão:

Esses perfis são considerados estratégicos para empresas que precisam alinhar prazos, orçamentos e processos internos ao novo modelo de tributação sobre o consumo.

 

Transição da reforma tributária

A reforma tributária prevê a substituição gradual de tributos como ICMS, ISS, PIS e Cofins pelo IVA Dual, formado pela Contribuição sobre Bens e Serviços (CBS) e pelo Imposto sobre Bens e Serviços (IBS).

O calendário de implantação começa em 2026, com testes simbólicos, e vai até 2033, quando está prevista a extinção completa do modelo atual. Essa fase de transição exige a revisão de sistemas, processos e equipes internas, o que gera picos de demanda por profissionais especializados.

 

Preparação insuficiente das empresas

O estudo mostra que as organizações ainda não estão totalmente preparadas para a mudança tributária. Apenas 11% das empresas se consideram plenamente confiantes em relação à adaptação, enquanto 50% acreditam que poderiam estar mais preparadas e 37% admitem despreparo.

Esse cenário indica que a implementação das novas regras exigirá não apenas ajustes nos sistemas fiscais, mas também na estrutura operacional e no quadro de pessoal.

 

Mercado de trabalho e disputa por talentos

Outro dado relevante é que a busca por gestores temporários ocorre em um contexto de baixa taxa de desemprego, tanto para a população em geral (6%) quanto para profissionais qualificados (3%), de acordo com dados do IBGE compilados pela Robert Half.

Essa realidade pode intensificar a disputa por profissionais especializados, já que a reforma tributária demanda conhecimentos técnicos avançados e experiência em projetos fiscais de grande escala. Para muitas empresas, a contratação temporária surge como alternativa rápida e flexível para suprir lacunas imediatas.

 

Estratégia para empresas

A contratação de líderes temporários permite que companhias mobilizem especialistas por tempo determinado, sem ampliar o quadro permanente de funcionários. Essa solução é especialmente relevante para organizações que não possuem aprovação de novos postos fixos, mas precisam de agilidade e expertise para lidar com os desafios da transição tributária.

O dimensionamento adequado de impactos financeiros, a revisão de estruturas operacionais e a formação de equipes capacitadas são etapas fundamentais para que as empresas se adaptem sem comprometer sua competitividade.

O avanço da reforma tributária tem provocado mudanças diretas no mercado de trabalho corporativo, com aumento expressivo na contratação de gestores temporários.

 

A demanda crescente por profissionais especializados, aliada à escassez de mão de obra qualificada, reforça a necessidade de planejamento estratégico das empresas. Preparar-se com antecedência pode evitar sobrecarga das equipes, riscos fiscais e atrasos na adaptação às novas regras.

Compartilhe nas redes sociais
Facebook Twitter Linkedin
Voltar para a listagem de notícias